Coordenador aéreo Kevin LaRosa II mostra insights sobre como foi fazer acrobacias do filme
Matéria traduzida de Letterboxed
A necessidade por velocidade é maior do que nunca em Top Gun: Maverick, um filme que faz todos voarem alto “direto para a Zona de Perigo”.
O amor pela aviação no filme está fora do normal - é possível senti-lo no barulho e no ranger do trem de pouso em um porta-aviões na sequência de abertura, na tensão nos rostos dos atores que estão voando nos jatos e voando com força-G de verdade (e fazendo o possível para não vomitar de verdade também).
A resposta às cenas aéreas do filme tem sido intensas, e por isso procuramos o coordenador aéreo do Maverick, Kevin LaRosa II, para dar alguns detalhes dos bastidores.
LaRosa é um coordenador de segunda geração em Hollywood cujas qualidades no papel - assim como a de piloto, piloto de câmera e coordenadora terrestre - se estendem por vários filmes da Marvel, The Bourne Ultimatum, Ad Astra, a série Jurassic World e muito mais. Perguntamos como ele ajudou a coordenar as sequências que transformaram o sucesso de bilheteria, e como ele treinou um elenco de atores para não vomitar enquanto puxando 8 de força-G.
Confira abaixo alguns trechos da entrevista e a conversa completa (em inglês) clicando aqui.
Você está na indústria há algum tempo como piloto e coordenador. Como trabalhar em Top Gun: Maverick foi diferente de suas experiências anteriores?
Kevin LaRosa II: Ah, claramente difere porque é um filme icônico, o auge da aviação. Como dissemos antes, é uma carta de amor à aviação, então acho que esse filme define um padrão muito, muito alto. Não consigo ver nada superando isso. Nas antenas do filme, usamos tecnologia que não tínhamos disponível antes e filmamos a cinematografia aérea de uma maneira que nunca foi feita antes.
Eu li que você e Tom Cruise ajudaram a montar um programa de voo para os atores, porque os atores estavam, é claro, todos nos cockpits para muitas das sequências de ação. Você poderia me falar sobre as etapas disso?
Kevin LaRosa II: Ele foi a principal força motriz, obviamente, com a Paramount por trás dele apoiando, mas ele veio até mim e perguntou se poderíamos montar um curso de treinamento, para que possamos levar nosso elenco por essa progressão natural da aviação de nível básico durante todo o caminho para a aviação de alto desempenho, e acho que conseguimos isso.
Nós os ensinamos a falar no rádio e para onde mover os olhos, o que olhar, como pousar e decolar. Isso era para obter sua orientação espacial e o que era a aviação.
Uma vez que sentimos que seus estômagos e ouvidos internos haviam progredido e as pessoas não estavam ficando doentes, nós os graduamos para o próximo curso. Nosso bom amigo, Chuck Coleman, dirige um programa incrível como instrutor de voo em aeronaves de alto desempenho. Eles voaram em um Extra 300, que é um pequeno avião a hélice movido a pistão, muito manobrável e ágil, e foi aí que eles conseguiram sua tolerância G. Quando digo tolerância G, estou falando sobre o elenco puxando até oito Gs diariamente, às vezes duas missões por dia neste Extra 300.
A tolerância G é como uma memória muscular, é muito peso. O público em geral pode conhecer essa sensação quando está em uma montanha-russa e passa em uma curva fechada, isso nos empurra em nosso assento. Quando você está em uma aeronave e puxamos até oito Gs, isso é enorme, são quase 2.000 libras de força empurrando todo o seu corpo. Você tem que aprender os efeitos fisiológicos de como respirar, o que fazer com seus músculos para manter o sangue na parte superior do corpo para não desmaiar.
Isso é o que o elenco fazia todos os dias, eles construíram sua tolerância G e seus níveis de fadiga G até o ponto em que Chuck foi capaz de graduá-los, e eles foram até meu amigo Randy Howell com o programa L-39. O L-39 é um avião muito manobrável onde eles puxaram, novamente, até oito Gs, mas agora eles estão fazendo isso em um jato, e esse foi o treinamento final.
Além de ter os atores no cockpit, qual foi a chave que manteve a sensação de voar real, em vez de fantasiosa?
Kevin LaRosa II: Usamos a Marinha dos Estados Unidos e muitas pessoas de lá estavam ajudando a nós e nossos conselheiros. Um deles em particular, 'Ferg', é Brian Ferguson, ele foi fundamental no trabalho conosco para garantir que as sequências de luta de cães fossem autênticas e parecessem realistas, nos dizendo o que essas aeronaves poderiam fazer para que pudéssemos filma-las corretamente na tela.
Eu tenho conversado com muitos aviadores navais sobre o filme, e o que eles amam são alguns dos pequenos detalhes - e o filme está cheio deles, que são muito autênticos e reais. Eu vou te dar um muito legal: O limite estrutural do F-18 é de sete Gs e meio. Já falamos sobre isso, é a isso que o avião se limita e, no filme, eles falam sobre puxar mais do que isso.
Há um pequeno remo no manche que você precisa pressionar, meio que com o dedo mindinho, que permite que a aeronave puxe mais Gs. Ele efetivamente quase dobra o avião. Não que tenha acontecido na vida real, mas é um detalhe dentro do filme, e havia tantos deles que são mostrados, e as pessoas adoram esse tipo de coisa. Então, eu acho que é por isso que as pessoas continuam assistindo esse filme de novo e de novo, é que você continua pegando esses pequenos detalhes e diz: “Oh cara, eu nem percebi isso, isso é incrível, isso é incrível”. Eu amo isso, e há uma grande ênfase em todo o filme. Se você vai fazer uma carta de amor para a aviação, você tem que fazer certo, e eles fizeram certo.
Algumas das coisas que você faz nas primeiras partes do filme, como a sequência do Mach-10 parecem desafiar a lógica. Você poderia me falar um pouco mais sobre isso?
Kevin LaRosa II: Isso é um F-18 atrás da lente. Quando usamos CGI, que é muito limitado em Top Gun: Maverick, é simplesmente para reskin uma aeronave ou modificar algo ligeiramente. Mas todas as coisas da Darkstar, os pós-combustores e o vapor e a decolagem e tudo mais, é uma aeronave real por trás das lentes, é um F-18.
Top Gun: Maverick
Sinopse: Depois de mais de 30 anos de serviço como um dos principais aviadores da Marinha, Pete "Maverick" Mitchell está de volta, rompendo os limites como um piloto de testes corajoso. No mundo contemporâneo das guerras tecnológicas, Maverick enfrenta drones e prova que o fator humano ainda é essencial.
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