Livro produzido na época vitoriana está repleto de arsênico misturado na tinta verde
Na década de 1870, um médico americano chamado Dr. Robert M. Kedzie tentou aumentar a conscientização sobre os perigos do papel de parede com arsênico criando um livro com amostras potencialmente venenosas e enviando-o para bibliotecas. A intenção era ajudar as pessoas a identificar papéis de parede perigosos em suas casas, não envenenar bibliotecários. Hoje, apenas quatro exemplares desse livro ainda existem e são tratados com muito cuidado.
Shadows from the Wall of Death, impresso em 1874 mede cerca de 22 por 30 polegadas, e é um livro digno de nota por dois motivos: sua raridade e o fato de que, se você tocá-lo, pode morrer.
Durante anos no século 19, o arsênico foi considerado perigoso para comer, mas seguro o suficiente para ser usado de outras maneiras, inclusive como corante em selos postais que deveriam ser lambidos ou em vestidos verdes usados em bailes extravagantes. Era usado regularmente como ingrediente na tinta verde, para ajudar a cor a durar mais tempo. Agora, porém, sabemos que quando o arsênico é usado na pintura, ainda é muito perigoso. Ele pode formar partículas microscópicas que podem entrar nos pulmões das pessoas. Em algumas circunstâncias, a tinta de arsênico pode até liberar um gás venenoso.
Como parte de sua campanha para aumentar a conscientização sobre os riscos do arsênico na tinta verde, em especial nos papéis de parede, Kedzie produziu 100 cópias de Shadows e as enviou para bibliotecas públicas em Michigan. Das 100 cópias originais, restam apenas quatro. A maioria das bibliotecas, preocupadas em envenenar seus clientes, destruiu seus volumes.
Atualmente o livro é armazenado em uma caixa especial e cada página é encapsulada individualmente em plástico para que pesquisadores e curiosos possam manuseá-la sem medo. Mesmo assim, o contato com o livro é restrito e vigiado de perto.
Comments