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Cinco livros nacionais surpreendentes

Conheça cinco títulos brasileiros que impressionaram diversos leitores nos últimos anos


O prazer da leitura foi um redescoberto por muitos durante a pandemia do coronavírus e livros se tornaram um tema comum nas rodas de conversas online. A literatura nacional e estrangeira está em alta como há muito o mercado não via, beneficiando editoras, e-commerce e inúmeros leitores.


Caso você esteja em dúvida sobre a próxima leitura, separamos alguns dos títulos nacionais mais comentados nesse período. Confira!



Torto Arado (2019), Itamar Viera Junior

Nas profundezas do sertão baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então um acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas ― a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Numa trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção.


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Marrom e Amarelo (2019), Paulo Scott

Os irmãos Federico e Lourenço são muito diferentes. Federico, um ano mais velho, é grande, calado e carrega uma raiva latente. Lourenço é bonito, joga basquete e é “muito gente boa”. Federico é claro, “de cabelo lambido”. Lourenço é preto. Filhos de pai preto, célebre diretor-geral do instituto de perícia do Rio Grande do Sul, eles crescem sob a pressão da discriminação racial. Lourenço tenta enfrentá-la com naturalidade, e Federico se torna um incansável ativista das questões raciais.

Federico, o narrador desta história, foi moldado na violência dos subúrbios de Porto Alegre. Carrega uma dor que vem da incompletude nas relações amorosas e, sobretudo, dos enfrentamentos raciais em que não conseguiu se posicionar como achava que deveria.

Agora, com 49 anos, é chamado para uma comissão em Brasília, instituída pelo novo governo, para discutir o preenchimento das cotas raciais nas universidades. Em meio a debates tensos e burocracias absurdas, ele se recorda de eventos traumáticos da infância e da juventude. E as lembranças, agora, voltam para acossá-lo.


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Olhos D'água (2014), Conceição Evarista

Em Olhos d’água Conceição Evaristo ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando, sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana que a acometem. Sem sentimentalismos, mas sempre incorporando a tessitura poética à ficção, seus contos apresentam uma significativa galeria de mulheres: Ana Davenga, a mendiga Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida, a menina Zaíta. Ou serão todas a mesma mulher, captada e recriada no caleidoscópio da literatura em variados instantâneos da vida?Elas diferem em idade e em conjunturas de experiências, mas compartilham da mesma vida de ferro, equilibrando-se na “frágil vara” que, lemos no conto “O Cooper de Cida”, é a “corda bamba do tempo”.

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O corpo interminável (2019), Claudia Lage

Uma história familiar prestes a ser relembrada e resgatada. Em busca de suas origens, Daniel tenta reconstituir a história da mãe, uma guerrilheira desaparecida na ditadura civil-militar no Brasil. As tentativas de reconstruir a sua história pessoal junto à história do seu país e os fios de memória rompidos moldam a narrativa. Ao buscar informações sobre a mãe, surgem outras histórias, ou outras possibilidades de histórias, também desaparecidas, de tantas mulheres. Claudia Lage fez um livro sobre a ausência e também sobre a escrita, essa (im)possibilidade de se reinventar e se refazer por meio das palavras.


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O livro das semelhanças (2015), Ana Martins Marques

Esta nova reunião dos poemas de Ana Martins Marques parece ser a culminação de um dos caminhos mais relevantes da lírica brasileira dos últimos anos. Estão aqui, com uma força que já podia ser antecipada em seus livros anteriores, peças que versam, sobretudo, a respeito da tentativa - sempre temerária, mas também desafiadora - de recuperar o mundo e as coisas por meio da palavra. Porém a autora sabe que vivemos tempos fraturados, em que experimentamos aquilo que poderia ser nomeado como uma certa falência da mimese, pois traduzir o real literariamente é deparar com o abismo que se interpõe entre o mundo sensível e a folha em branco. E Ana desconfia do quanto isso tem de frágil, de problemático - e de igualmente fascinante.

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